Data Mesh

Fala pessoal blz? Com o volume e a complexidade dos dados crescendo a cada dia, equipes de diferentes áreas de uma empresa precisam acessar informações confiáveis e relevantes de forma rápida e sem complicações. É aqui que as plataformas de dados de autosserviço entram em cena, permitindo que usuários de todos os níveis de habilidade possam explorar e analisar dados por conta própria, sem depender diretamente das equipes de TI. Mas como essas plataformas funcionam? E que benefícios reais elas trazem para o ambiente de negócios? Neste post, vamos explorar o conceito de plataforma de dados de autosserviço e entender como ele está transformando a maneira como as empresas acessam e utilizam suas informações.

Plataforma de autoserviço

A Plataforma de Autosserviço é um dos quatro pilares essenciais do Data Mesh. Ela fornece a infraestrutura e as ferramentas necessárias para que os domínios de dados possam criar, gerenciar e compartilhar dados de maneira independente, sem a necessidade de uma equipe centralizada de dados. Vamos explorar os principais aspectos dessa plataforma.

Objetivo da Plataforma de Autosserviço

O principal objetivo da plataforma de autosserviço é habilitar as equipes de domínio a se concentrarem em seus dados e necessidades específicas, sem precisar gerenciar diretamente a complexidade da infraestrutura de dados. Dessa forma, os times de dados podem se dedicar a produzir e melhorar dados de qualidade enquanto a plataforma cuida dos detalhes técnicos e operacionais.

Principais Componentes da Plataforma de Autosserviço

  1. Infraestrutura de Armazenamento e Processamento de Dados:
    • A plataforma deve fornecer escalabilidade automática de armazenamento e processamento, permitindo que os dados cresçam conforme a necessidade dos domínios.
    • Serviços como data lakes, data warehouses e ferramentas de processamento em tempo real (como Spark ou Flink) geralmente estão disponíveis para suportar diferentes tipos de workloads.
  2. Automação e Orquestração:
    • Ferramentas de automação e orquestração (como Airflow, Prefect, ou Dagster) ajudam os domínios a configurar pipelines de dados automáticos, incluindo ingestão, transformação e atualização contínua dos dados.
    • Essas ferramentas permitem que os dados estejam sempre atualizados e que sejam realizadas transformações de forma programada, reduzindo a intervenção manual.
  3. Catálogo de Dados e Descoberta:
    • Um catálogo de dados central permite que os consumidores de dados explorem e descubram os dados disponíveis em diferentes domínios.
    • Esse catálogo inclui metadados como descrições de dados, esquema, frequência de atualização, proprietários, políticas de acesso e contexto, o que facilita a descoberta e a compreensão dos dados.
  4. Serviços de Acesso e APIs:
    • A plataforma deve fornecer APIs de acesso e pontos de integração, que permitam às equipes de domínio disponibilizarem dados de forma estruturada e fácil de consumir.
    • Isso inclui a capacidade de expor dados via REST APIs, SQL endpoints ou outras interfaces de consulta, dependendo das necessidades dos consumidores de dados.
  5. Governança e Segurança Embutida:
    • Para garantir conformidade e segurança, a plataforma oferece políticas de governança e segurança integradas, como controle de acesso baseado em função (RBAC), anonimização de dados e monitoramento de conformidade.
    • As equipes de domínio podem aplicar essas diretrizes facilmente, assegurando que os dados sigam as políticas de privacidade e segurança da empresa.
  6. Observabilidade e Monitoramento:
    • Ferramentas de monitoramento e observabilidade permitem que as equipes acompanhem o estado dos dados e a performance dos pipelines em tempo real.
    • Esse monitoramento cobre aspectos como qualidade dos dados, confiabilidade das atualizações e SLA de disponibilidade, o que ajuda a identificar e resolver problemas antes que afetem os consumidores.
  7. Serviços de Qualidade de Dados:
    • A plataforma pode incluir ferramentas para validação e limpeza de dados, verificando a conformidade com padrões de qualidade.
    • Esses serviços ajudam a detectar e corrigir problemas, como dados ausentes ou inconsistências, antes que os dados sejam disponibilizados para consumo.

Vantagens da Plataforma de Autosserviço

  • Aumento da Autonomia dos Domínios: As equipes de domínio têm as ferramentas de que precisam para gerenciar e compartilhar seus dados de forma independente.
  • Escalabilidade: Com a infraestrutura compartilhada e escalável, os domínios não precisam se preocupar com a capacidade, já que a plataforma suporta o crescimento e as demandas dinâmicas.
  • Eficiência: A automação e a orquestração reduzem a carga manual, permitindo que as equipes se concentrem na criação de valor a partir dos dados.

Desafios na Construção da Plataforma de Autosserviço

  • Complexidade de Implementação: Desenvolver e manter uma plataforma de autosserviço completa exige recursos especializados e investimento.
  • Equilíbrio entre Centralização e Flexibilidade: Encontrar um equilíbrio entre governança central e flexibilidade dos domínios pode ser desafiador, especialmente em termos de segurança e conformidade.
  • Adoção e Treinamento: A adoção de uma plataforma de autosserviço requer treinamento para que as equipes de domínio saibam como utilizá-la de forma eficiente.

Exemplo Prático

Imagine uma organização onde o domínio de Vendas precisa transformar dados de transações em insights para o domínio de Marketing. A plataforma de autosserviço forneceria:

  • Infraestrutura para processar grandes volumes de dados de vendas.
  • Automação para atualizar os dados diariamente.
  • Catálogo de dados para que o Marketing possa localizar e entender os dados de vendas.
  • Serviços de acesso para que o Marketing integre esses dados em suas próprias análises.

Esse conjunto de ferramentas possibilita que o domínio de Vendas concentre-se em manter e melhorar a qualidade dos dados, enquanto o Marketing se preocupa apenas em acessá-los e utilizá-los para suas próprias análises.

Em resumo, a plataforma de autosserviço no Data Mesh cria um ecossistema de ferramentas e automação que permite que as equipes se tornem independentes e eficientes na gestão de seus dados, promovendo uma arquitetura de dados mais escalável e colaborativa.

Curioso para saber mais? No próximo post, vamos explorar O que é Governança de Dados Federada?. Não perca!